A compaixão de Cristo
A Compaixão de Cristo: Um Coração que Sente e Age
TEMA: A compaixão de Jesus como uma força que se move em ação, refletindo o caráter de Deus.
TEXTO BASE: João 13:1 – “... tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim.”
A compaixão de Cristo não é um sentimento passivo, mas uma força poderosa que leva à ação. A palavra "compassivo" significa "mostrar sentimentos de simpatia pelo sofrimento dos outros, muitas vezes com o desejo de ajudar." Ao longo de Seu ministério, Jesus demonstrou essa compaixão repetidamente, movendo-se em direção aos marginalizados, aos doentes e aos perdidos. A compaixão d'Ele não é apenas um sentimento humano, mas a própria manifestação da divindade.
Vamos explorar alguns exemplos bíblicos da compaixão de Cristo e o que eles nos ensinam.
PublicidadeExemplos da Compaixão de Cristo
1. A Compaixão por Multidões Cansadas e Abatidas (Mateus 9:36)
“Mas, vendo as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor.”
A compaixão de Jesus foi ativada ao ver a condição desesperadora do povo.
• Ação Motivada pela Compaixão: A "compaixão" de Jesus não se limitou a um sentimento; ela gerou uma ação. Ele viu a necessidade e foi movido a pregar e a curar.
• O Perigo da Falta de Liderança: A imagem de ovelhas sem pastor é a de um povo vulnerável, perdido e exposto ao perigo. A falta de pastores fiéis (como denunciado em Zacarias 11:17) deixava as pessoas espiritualmente exaustas e sem direção. A compaixão de Jesus por elas O levou a chamar Seus discípulos para a colheita (Mateus 9:37-38).
2. A Compaixão que Traz Visão aos Cegos (Mateus 20:29-34)
“Então Jesus teve compaixão e tocou nos olhos deles. E imediatamente os olhos deles recuperaram a visão, e eles o seguiram.”
Em Jericó, uma cidade com um passado de vitória (Josué 6) e maldição (Josué 6:26), Jesus encontrou dois cegos clamando por misericórdia.
• Fé em Meio à Escuridão: Embora não pudessem ver, os cegos clamaram por Jesus, demonstrando sua fé no "Filho de Davi". Eles foram repreendidos pela multidão, mas sua fé os fez clamar ainda mais, prendendo a atenção do Senhor.
O que podemos ver através dos cegos (Mt 20:29-34)
• “Então Jesus teve compaixão e tocou nos olhos deles. E imediatamente os olhos deles recuperaram a visão, e eles o seguiram” (Mt 20:34)
• Compaixão e Ação Imediata: Jesus, movido por compaixão, tocou seus olhos, e a visão foi restaurada "imediatamente". A resposta dos curados foi imediata: eles O seguiram. A fé e a compaixão se uniram para transformar a vida desses homens.
3. A Compaixão que Traz Pureza e Vida (Marcos 1:41 e Lucas 7:13)
“Então Jesus, movido de compaixão, estendeu a mão, tocou-o e disse-lhe: Quero; sê limpo.” (Marcos 1:41)
Jesus tocou um leproso, um ato que era proibido pela lei e que O tornaria impuro. Mas a compaixão d'Ele ultrapassou a barreira legal.
• A Fé do Leproso: O leproso se aproximou com a fé correta: "Se quiseres, podes purificar-me" (v. 40), reconhecendo o poder de Jesus e se submetendo à Sua vontade.
• A Vontade de Cristo: A resposta de Jesus foi um milagre imediato, demonstrando que Sua compaixão é acompanhada de poder. O episódio nos lembra, no entanto, que a compaixão de Cristo não é razão para desobedecer a Seus mandamentos.
“Quando o Senhor a viu, encheu-se de compaixão por ela e disse-lhe: Não chores.” (Lucas 7:13)
Jesus teve compaixão de uma viúva em Naim que estava de luto pelo seu único filho.
• A Compaixão de Cristo: A compaixão de Cristo poupou um filho único em Naim. No entanto, no Calvário, essa mesma compaixão não poupou o Seu Único Filho para que muitos filhos e filhas pudessem ser trazidos de volta ao Pai. A "compaixão de Cristo" é o que leva à "Paixão de Cristo".
Por que Jesus Foi Movido pela Compaixão?
Jesus foi movido pela compaixão porque a emoção é uma marca da divindade. Deus sente, ama (João 3:16) e odeia (Provérbios 6:16-19). Como somos feitos à imagem do nosso Criador, também sentimos essas emoções. No entanto, o pecado perverte nossas emoções, levando-nos a amar o que deveríamos odiar e a odiar o que deveríamos amar. A compaixão de Cristo é a emoção divina em sua forma mais pura.
Considerações Finais sobre a Compaixão
Qualquer estudo sobre a compaixão de Deus deve ser equilibrado. Para apreciar verdadeiramente o amor e a misericórdia de Deus, precisamos entender Sua ira e Sua justiça. O mesmo Deus que é "grande em compaixão" é também "aterrorizante para os culpados" (Êxodo 34:6-7).
Veja também
- 3 Coisas das quais devemos ter Certeza.
- O que devemos mostrar ao mundo?
- Reconhecendo a Verdade em Cristo e Evitando o Erro 1 João 4:1-6
Considerações finais sobre a compaixão
A compaixão de Jesus é um convite para nós, pecadores, a nos voltarmos para Ele e experimentarmos Sua misericórdia. O Seu amor, o Seu perdão e a Sua graça são manifestações da Sua compaixão que nos alcança e nos transforma.
Você já experimentou a compaixão de Cristo em sua vida? Como essa compaixão te move a agir em relação aos outros?
• qualquer estudo sobre compaixão não deve ser desequilibrado (ou seja, como muitas denominações fazem com o “amor”)
◦ para apreciar o “amor” de Deus, devemos temer a “ira” de Deus
◦ para apreciar a “misericórdia” de Deus, devemos apreciar o que significou para Ele ser misericordioso conosco
▪ Ele nos livrou de algo maligno quando obedecemos Romanos 11:22
• Permanecendo na verdade, Deus é grande em compaixão e aterrorizante para os culpados. (Êxodo 34:6, 7).
O plano gracioso de Deus para o seu perdão
• Ele quer que você ouça o Filho “… Este é o meu Filho amado. Ouvi-o!” (Mc 9,7)
• Ele quer que você acredite no Filho “… se não crerdes que eu sou, morrereis em vossos pecados” (Jo 8,24)
• Ele quer que você confesse o Filho “… E ele, respondendo, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus” (Atos 8:37)
• Ele quer que você se arrependa pelo Filho “... Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos pecados...” (Atos 2:38)
• Ele quer que você seja batizado no Filho “Ou vocês não sabem que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte?” (Rm 6:3)
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Autor: Ronaldo G. Silva é Bacharel em Teologia e Professor de Homilética sendo Pós-Graduado em Educação pela UFF. Entusiasta do trabalho de evangelização e divulgação da Palavra de Deus.
