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Os Faraós do Êxodo: Uma Análise das Dinastias e Cronologias

Faraós do Êxodo

Os Faraós do Êxodo: Uma Análise das Dinastias e Cronologias

A identificação dos faraós do Êxodo é um tema complexo e debatido entre historiadores e egiptólogos, pois a Bíblia não menciona explicitamente os nomes dos monarcas envolvidos. As informações fornecidas na sua solicitação apresentam uma cronologia específica e uma lista de faraós da XVIII Dinastia Egípcia, tentando correlacioná-los com eventos bíblicos. No entanto, é importante notar que esta correlação é uma das várias teorias existentes e não há consenso acadêmico sobre a identificação exata.
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A cronologia apresentada, com datas que situam o Êxodo por volta de meados do século XV a.C., alinha-se com a chamada "Cronologia Antiga" ou "Datação Precoce" do Êxodo. Essa teoria baseia-se em interpretações literais de passagens bíblicas, como 1 Reis 6:1, que afirma que a construção do Templo de Salomão começou 480 anos após o Êxodo. Se o Templo foi construído por volta de 960 a.C., o Êxodo ocorreria aproximadamente em 1440 a.C.

Vamos analisar os faraós mencionados na sua lista dentro desse contexto:


Faraós da XVIII Dinastia Egípcia e suas Supostas Relações com Moisés
Amósis I (1549/50-1524 a.C.): Considerado o fundador da XVIII Dinastia e responsável por expulsar os Hicsos do Egito. A ideia de ele ser o pai adotivo de Moisés, com Moisés nascido em 1526 a.C., é uma suposição que o colocaria como o faraó do período do nascimento do profeta.

Amenhotep I (1525-1504 a.C.): Sucedeu Amósis I. A designação de "irmão mais velho de Moisés" não encontra respaldo em registros históricos egípcios e é uma inferência feita dentro dessa cronologia.

Tutemés I (1504-1493 a.C.): Faraó expansionista. A suposição de ser "irmão ou sobrinho de Moisés" é outra tentativa de integrar  à linhagem real egípcia.

Tutemés II (1493-1479 a.C.): Seu reinado é curto. A menção de Moisés saindo aos 40 anos em 1486 a.C., com base em Atos 7:22-29, o colocaria como o faraó sob cujo reinado Moisés fugiu do Egito. Isso faria dele o faraó do "primeiro Êxodo" de Moisés, antes do Êxodo em massa.

Hatshepsut (1479-1458 a.C.): Famosa rainha faraó, esposa de Tutemés II e madrasta de Tutemés III. É uma figura proeminente na história egípcia. A teoria de que ela seria a princesa que encontrou Moisés no Nilo e o adotou é popular entre os defensores da cronologia precoce, pois sua época coincide com o período em que Moisés cresceria na corte egípcia. Sua menção como "mãe de T II, faraó feminino" é incorreta; ela foi a mãe de Neferure e Madrasta de Tutmés III.

Tutemés III (1479-1425 a.C.): Conhecido como o "Napoleão do Egito" devido às suas extensas campanhas militares. Sua menção como tendo nascido por volta de 1480 a.C. e "nunca conheceu Moisés" é consistente com a ideia de que Moisés já teria fugido do Egito quando Tutemés III ascendeu ao trono. A ideia de que ele "odiou a mãe" (Hatshepsut) refere-se à supressão de sua memória após a morte dela. Muitos teóricos do Êxodo precoce o identificam como o faraó do Êxodo propriamente dito, o faraó que endureceu seu coração contra as pragas e cujos exércitos foram destruídos no Mar Vermelho. A morte misteriosa de seu primogênito, Amenemhat, na década de 1440 a.C. (coincidindo com Moisés aos 80 anos, conforme Êxodo 7:7, que menciona a idade de Moisés e Arão no tempo das pragas), é frequentemente citada como a praga da morte dos primogênitos.

Amenhotep II (1425 - c. 1400 a.C.): Sucedeu Tutemés III. Se Tutemés III foi o faraó do Êxodo, Amenhotep II seria o "próximo faraó após o Êxodo". A descrição de ele ser "militante" e a pergunta "Persegui-los?" são especulações sobre seu possível papel após o evento. Sua atitude pode ter contribuído para a "razão da descrença" em relação aos hebreus.

Tutemés IV (1400-1390 a.C.): Famoso pelo seu "Sonho da Esfinge" (Dream Stele).

Amenhotep III (1390-1352 a.C.): Conhecido como "o rei magnífico", seu reinado foi marcado pela prosperidade e grandes projetos de construção, não sendo tão focado em campanhas militares, o que o distanciaria de eventos de perseguição de larga escala.

Amenhotep IV / Akhenaton (1352-1336 a.C.): Faraó revolucionário que tentou impor uma religião monoteísta baseada no culto ao deus sol Aton. Ele mudou a capital para Amarna, onde as "Cartas de Amarna" foram encontradas, oferecendo um vislumbre das relações egípcias com Canaã na época. Alguns teóricos propõem uma ligação entre o monoteísmo de Akhenaton e o monoteísmo judaico, mas esta é uma especulação sem provas concretas.

Desafios e Teorias Alternativas

É crucial entender que a identificação dos faraós do Êxodo é um campo de intensa pesquisa e debate. A principal crítica à "Cronologia Antiga" é a falta de evidências arqueológicas diretas no Egito que corroborem um Êxodo de larga escala nessa data, como destruições maciças em cidades cananeias que se esperaria de uma invasão israelita imediata.

Uma teoria alternativa proeminente é a "Cronologia Recente" ou "Datação Tardia" do Êxodo, que o situa por volta do século XIII a.C., durante a XIX Dinastia, sob o reinado de Ramessés II (c. 1279-1213 a.C.). Essa teoria baseia-se em:

Arqueologia: A construção das cidades-armazém de Pitom e Ramessés (Êxodo 1:11), que foram identificadas com Per-Ramessés, a capital construída por Ramessés II.

Contexto Histórico: Ramessés II foi um construtor prolífico e é conhecido por usar trabalho escravo em grande escala.

Estela de Merneptah: Uma inscrição do filho de Ramessés II, Merneptah, que menciona "Israel" em Canaã por volta de 1208 a.C., sugerindo que Israel já estava estabelecido lá.

Ainda assim, mesmo a cronologia tardia enfrenta desafios e não há consenso absoluto. A ausência de registros egípcios que mencionem o Êxodo diretamente é um fator complicador para todas as teorias.


Os Faraós do Êxodo - Personagens Citados na Bíblia


Conclusão

A lista de faraós representa uma tentativa detalhada de alinhar a narrativa bíblica do Êxodo com a cronologia da XVIII Dinastia Egípcia. Essa abordagem, conhecida como a "datação precoce" do Êxodo, identifica Tutemés III como o faraó do Êxodo e Hatshepsut como a princesa que adotou Moisés.

No entanto, é vital reconhecer que essa é apenas uma das interpretações. A pesquisa sobre os faraós do Êxodo continua, e novas descobertas arqueológicas e reavaliações textuais podem aprimorar nossa compreensão desses eventos históricos e bíblicos. A ausência de uma prova definitiva mantém o mistério e a fascinação em torno deste período crucial da história.

Referências
Modern Paladin


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Autor: Ronaldo G. Silva é Bacharel em Teologia e Professor de Homilética sendo Pós-Graduado em Educação pela UFF. Entusiasta do trabalho de evangelização e divulgação da Palavra de Deus.
 

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